Casos concretos

Vítima vira bandido e criminoso é visto como vítima | |

A criatividade do bandido brasileiro é algo inesgotável. Há muitos anos, gerentes de agências bancárias são feitos reféns por quadrilhas organizadas e em seguida obrigados a retirar dinheiro do cofre do banco em que trabalham, sob ameaça que seus familiares serão assassinados se não cooperarem. A mesma estratégia já foi utilizada contra gerentes de empresas, vigilantes e porteiros, que foram coagidos a liberar a entrada de gangues armadas em indústrias e condomínios residenciais. Em agosto de 2012, crime escabroso aconteceu em plena luz do dia na capital paulistana. Uma mulher de cerca de 40 anos trafegava com seu veículo pelo bairro do Morumbi/SP, quando foi abordada, abruptamente, por oito marginais armados. Ela acreditava que o bando desejava apenas o automóvel, mas o pior estava por vir. Em sua cintura amarraram cinturão, que alegaram conter bombas que poderiam ser acionadas à distância. Ato contínuo, a vítima, rendida, foi levada para a Rua Oscar Freire. Lá, lhe entregaram um celular e foi orientada a entrar em joalheria, com a seguinte ordem: “Quando você entrar, esse celular vai tocar. Procure a gerente e passe o aparelho para ela, que assim saberá que trata-se de assalto, e que se não cumprir nossa determinação, acionaremos os explosivos”. Tudo funcionou como os marginais planejaram. A funcionária ficou assustadíssima com o que ouviu e, imediatamente, pegou grande quantidade de jóias e relógios caros da vitrine, colocou em um saco e entregou à vítima, que, forçada pelas circunstâncias, fazia papel de assaltante. Após deixar a loja com o produto do roubo, entregou aos ladrões, que fugiram sem deixar pistas. Policiais militares do Gate foram acionados para desarmar os supostos explosivos inseridos na cintura da vítima, mas encontraram apenas artefato contendo pólvora, sem nenhum tipo de detonador. A mulher que foi obrigada a participar do roubo, foi levada a hospital, em razão da iminência de