Caso habib´s
Desde criança, Alberto Saraiva, dono da rede de fast-food Habib´s, dividia com os pais, portugueses como ele, o sonho de ser médico. De fato, no começo da década de 70, passou no vestibular e se mudou, acompanhado deles, de Santo Antônio da Platina, no Paraná, para São Paulo, onde cursaria a faculdade. Para sobreviver, a família abriu uma padaria na Rua Visconde de Parnaíba, no Brás, bairro da zona leste. Mas, logo no primeiro ano de curso, a violência da cidade grande mudou o destino do rapaz: em assalto ao estabelecimento comercial, seu pai foi morto.
Mal sabia aquele moço que, ironicamente, ali começava sua história de sucesso. ‘Por uma situação de necessidade, e não por experiência anterior, tive de tocar o negócio, que era a nossa única fonte de renda’, conta aquele que virou dono da maior rede nacional de fast-food. A prosperidade não veio por acaso. Em Saraiva, o talento para os negócios é inato. Como a região dispunha de várias padarias, ele logo percebeu que a saída seria oferecer algo especial, na forma de promoções, a fim de atrair os clientes, e , ao mesmo tempo, buscar a redução dos custos. O valor do esforço daquele jovem é maior na medida em que, apesar de assumir a padaria – sua primeira investida no ramo alimentício, partindo depois para churrascaria, pizzaria e pastelaria, sempre de casa cheia, conseguiu terminar o curso de medicina.
Com o diploma na mão e depois de dois anos de clínica médica num pronto-socorro, Saraiva optou por tirar proveito do enorme tino comercial e, literalmente, colocar a mão na massa. Desde a época da padaria, o então estudante aprendeu e aperfeiçoou todas as receitas dos produtos vendidos em seus estabelecimentos. ‘Na padaria, aprendi que eu precisava saber fazer pão para ter bons padeiros’, conta.
Um dia finalmente Saraiva contratou o cozinheiro árabe que lhe ensinaria a culinária típica daquele país do Oriente Médio. Muito cedo, conversando, os dois perceberam que os restaurantes especializados