Caso zulu
Profª Dra Ana Maria da Rocha
A aventura intelectual na odisséia do conhecimento pretendida nessa investigação inscreve-se no diálogo com os pré-socráticos, cuja busca de saber iniciava-se no maravilhoso sobressalto, que deu início à filosofia, cuja travessia - de uma concepção mítico-poética para mentalidade teorizante - foi motivado por um processo de laicização e racionalização da cultura, decorrente de fatores diversos: econômicos geográficos, sociais e políticos, traduzidos como o surgimento da moeda, o aparecimento de uma abastada classe de comerciantes, as navegações e o surgimento de novas técnicas, contribuíram a para o desenvolvimento da capacidade de abstração, manifesta em uma nova cosmovisão.
Assim, a percepção de saber - implícita nesse emergente modo de conceber e expressar a realidade vivida e sentida - traduz uma visão compreensiva e globalizadora, do conhecimento, que de modo apaixonado entrega-se ao fascínio da razão, malgrado não abandonar um (re) conhecimento do tipo metafórico igualmente presente nas epopéias míticas. Superando as explicações teogônicas e cosmogônicas, surge a cosmologia, como explicação racional sobre o cosmos. Trata-se, de uma explicação inteligível de um princípio primeiro expresso ante o pensamento e discurso.
Nesse espírito, emerge o vislumbre filosófico de Tales de Mileto, assim considerado pai da filosofia, absorto num movimento espiritual, cujo propósito era à busca do conhecimento, como um ato de pensar o cosmos. Ele integra o grupo de pensadores que atestam a origem do ser a partir dos quatro elementos da natureza, iniciando dessa forma, a representação do cosmos como gerado da matéria. Concebendo a água como princípio de todas as coisas, o citado pensador primitivo afigura-se como um investigador da natureza, apresentado a tese da unidade como expressão da totalidade: “Tudo é um”.
Nesse sentido, Aristóteles1 ao referir a sua teoria das quatro