caso Kerviel, principais tópicos
Kerviel podia operar no mercado por meio de transações proprietárias10, nas quais deveria apenas realizar operações de arbitragem, não sendo permitido ao agente manter posições em aberto ou ultrapassar determinados limites, e também podia executar ordens de clientes.
Contudo, a análise do relatório Mission Green (2008), do Departamento de Inspeção Geral do SocGen mostra que uma parcela significante dos ganhos declarados pelo operador se originam de atividades fraudulentas (aquelas operações não autorizadas), apesar de não ser possível identificar o montante exato. Como visto, JK declarou ganhos de 43 milhões de euros no ano de 2007, dos quais 25 milhões seriam de transações proprietárias e 18 milhões de operações de clientes.
É altamente provável que os ganhos declarados de transações com clientes também contenham ganhos das posições fraudulentas de JK, mesmo que numa proporção menor que no caso de ganhos de transações proprietárias.
De acordo com o Relatório do Conselho de Diretores do SocGen (2008), a habilidade do operador em esconder posições e utilizar manobras para ludibriar os mecanismos de controle do banco foi adquirida em decorrência da experiência de Kerviel nos serviços de controle da instituição, no período em que trabalhou no back-office.
Controle
Seus mecanismos de controle interno eram famosos pela robustez: a sala de negociação tem cinco níveis de hierarquia. Cada um desses níveis tem uma série clara de limites e procedimentos que são checados diariamente por um pequeno exército de agentes de compliance.
Apesar desta estrutura, Jérôme Kerviel foi capaz de burlar os mecanismos de controle da instituição e operar de maneira não autorizada por mais de dois anos. A fraude protagonizada pelo agente causou prejuízos de cerca