Caso june
June, 23 anos, casada há três anos, representante de vendas de uma companhia aérea. Vestida elegantemente, aparentemente tranqüila, atraente e bem feita de corpo. Ao se iniciar a entrevista, tornou-se visível, traços de ansiedade através das mãos trêmulas, voz hesitante, face ruborizada e fumo excessivo, em contraste à fala controlada e comedida ao relatar o motivo de procurar a psicoterapia.
Relatou ter problemas com o marido em relação à vivência sexual do casal. A situação chegou a tal ponto que o simples toque dele, lhe causa calafrios e enrijecimento do corpo. Às vezes sente necessidade de gritar quando ele lhe toca. Quando tem relações sexuais com ele, não consegue ter nenhum tipo de prazer. Para ela seria bom que não mais tivessem relações sexuais. Ele, um corretor de fundos públicos de 27 anos, é descrito como tirânico e dominador. Diz ter explosões de raiva quando se sente frustrado por ela. Em certo momento temeu ser agredida por ele.
Dizia ter dificuldade para dormir e que só conseguia isso, evocando a fantasia que costumava ter quando tinha 13 anos, na qual se encontrava em um cais e um navio pirata surgia e atracava. Os piratas a agarravam e a amarravam em uma mesa, após isso, eles faziam todo o tipo de coisa com ela. Dizia que essa era a única forma de conseguir ter orgasmos e, que só assim, pegava no sono.
Dizia que o trabalho era outro foco de problema. Relatava chegar sempre atrasada, dizia que freqüentemente estava doente e alongava seu horário de almoço, indo a cinemas assistir a filmes “ordinários”, lendo romances “ordinários” ou assistindo TV. Tinha ciência de seus atos, mas não fazia nada para mudá-los (não conseguia mudá-los).
Dizia ser muita apegada ao pai quando pequena, encorajada pela mãe, brincava na cama com ele aos sábados e domingos de manhã até a época em que começou a menstruar. A partir de então ela se recusou a ficar na cama com ele. Depois desse episódio, o relacionamento dos dois foi