Caso Isabela Nardoni
Um dos modos de produção discursivo que a imprensa pode utilizar para veicular suas notícias é através do sensacionalismo é, enfim, fazer apelo a reações mais baseadas na emoção do que na razão, trazendo sentimentos primários à tona, simplificando polêmicas em vez de fornecer elementos que permitam pensar, compreender, formar opinião. E, neste contexto, não interessa só aquilo que o veículo diz, mas também o modo como se diz. É claro que a mídia deve ser investigativa denunciante de injustiças. Este é seu principal papel na sociedade, mas precisa ser exercido com responsabilidade, visando as consequências que erros de informação podem causar.
Trazendo para o caso em evidência, vemos que uma família aparentemente normal que cruzamos num mercado ou num shopping pode ser exatamente aquela que horas mais tarde efetuará, pelo livre arbítrio, uma modificação drástica e estrutural em suas vidas e nas nossas, nos nossos pensamentos, na nossa segurança (ou desconfiança). Vai atinar para uma ruptura de valores hostis e inexplicáveis em seu seio familiar, de forma a causar incômodo e reacender, talvez, até mesmo antigas questões já suplantadas e resolvidas pelo tempo, seja esse, cronológico ou histórico.
Este é um típico caso que trás à tona o conceito sobre o verdadeiro valor do amor, o que vem a ser e quando ele realmente é incondicional. O quando o ser humano é racional ou irracional e que instintos realmente são alimentados dentro de nós. De fato, ficamos impotentes em aceitar mediantes provas, depoimentos, testemunhas e laudos que o ocorrido tinha tudo para ser evitado se eu que vi este casal, passando ao meu lado, naquela festa, naquele shopping, naquele mercado, naquele elevador..
Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, foi morta na noite de 29 de março de 2008. A perícia concluiu que a menina foi atirada do sexto andar do prédio onde moravam seu pai, Alexandre Nardoni, sua madrasta, Anna Carolina Jatobá, e dois filhos pequenos do