Caso gol
Senso de oportunidade
Os resultados iniciais da Gol estão longe de poderem ser atribuídos exclusivamente a razões externas. Assim, no ano de 2000, quando os futuros acionistas da Gol se propuseram a criar uma nova empresa aérea, foram vistos com desdém porque não parecia de bom senso alguém investir significativos recursos em um setor que via a sua crise crônica se tornar aguda.
Senso de oportunidade, sem dúvida, é uma competência essencial dos acionistas da Gol e, por consequência, da própria empresa. Assim, ao ingressar em um negócio emergente, os acionistas investiram no substituto de seu próprio negócio principal
– o transporte rodoviário, quando entrava em uma fase de decadência.
Iniciando as operações quando outras reduziam suas operações, foi uma grande oportunidade para contratar mão de obra especializada disponível, sem necessidade de grandes gastos e tempo em treinamento. Assim, em 2000, pouco antes do início das operações da Gol, a VASP havia paralisado suas operações internacionais, e demitiu sua tripulação mais experiente. Em paralelo, a Varig, tradicional cliente da Boeing, já começava a entrar na sua fase terminal, não acenando, portanto, com encomendas futuras.
Por outro lado, nesse período, a TAM, em processo de grande expansão de sua frota, era cliente da Airbus. A Transbrasil aprofundava sua crise e a VASP tornara-se uma das maiores inadimplentes do País. Nesse quadro, a introdução de novos equipamentos no
Brasil da linha Boeing passava, necessariamente, pela Gol. Adquirindo aeronaves Boeing de última geração e as juntando a tripulações muito experientes, chegou-se à tradicional combinação ótima: aeronaves novas e pilotos experientes. Com essa combinação, a Gol ganhou credibilidade com autoridades aeronáuticas brasileiras e conseguiu, como decorrência, firmar vantajosos contratos de seguros.
Criatividade
A percepção de oportunidades de mercado de pouco vale se a