CASO COLLOR
Collor se elegeu em 1989 com mais de 35 milhões de votos, e, aos 41 anos, tornou-se o mais jovem presidente da história do país. Ele assumiu o governo em um cenário de hiperinflação. Sua primeira medida na Presidência foi pôr em prática um plano de Reconstrução Nacional, dividido em planos Collor I e II. Em março de 1990, o governo ressuscitou o cruzeiro como moeda, demitiu funcionários públicos, congelou salários e preços e confiscou depósitos bancários. As medidas, profundamente impopulares, não surtiram o efeito desejado e abalaram a imagem do presidente. Seis meses depois, um novo pacote, também sem êxito, culminou na demissão da ministra da Fazenda, Zélia Cardoso. Já com a popularidade em risco, Collor não tardaria a sofrer um novo golpe: foi atingido pelas denúncias do irmão em maio de 1992. Naquele mesmo mês, foi aberta uma CPI para averiguar o caso - e teve início uma avalanche de denúncias contra o presidente. A mais contundente delas feita pelo motorista Eriberto França, que confirmou aos parlamentares que a empresa Brasil-Jet, de PC Farias, pagava as contas da Casa da Dinda, residência do presidente. Tentando permanecer no Planalto, Collor amparou-se numa farsa batizada por seu secretário, Cláudio Vieira, de Operação Uruguai. O presidente alegou que havia conseguido um empréstimo de 5 milhões de dólares com uma empresa de Montevidéu - e assim obtido o dinheiro com que pagava suas contas. O plano da Operação Uruguai falhou porque Sandra Oliveira, secretária da empresa ASD, do empresário Alcides Diniz, declarou na CPI ter presenciado reuniões nas quais os documentos apresentados por Collor em sua defesa foram forjados. O relatório da CPI apontou as ligações de Collor com o esquema e, em 1º de setembro, um pedido de impeachment foi entregue à Câmara. Vinte oito dias mais tarde, o pedido foi aprovado na Câmara. Encaminhado ao Senado, foi votado em tempo recorde: bastaram duas horas para que Collor fosse afastado do cargo. Seu vice, Itamar