Case sadia/perdigão
Tudo começou em uma conversa, ocorrida em dezembro de 2008, Nildemar Secches, presidente do conselho de administração da Perdigão, e Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração da Sadia, foi o marco inicial para a concretização da fusão entre as duas empresas. Do primeiro telefonema, até a assinatura do contrato, foram cinco meses de exaustivas negociações e mais de 60 reuniões. Este processo envolveu 30 pessoas, entre advogados, banqueiros de investimento e representantes de ambos os lados. Para não levantar suspeitas, as conversas ocorreram em três locais distintos: num quarto de hotel no município de Osasco, na Grande São Paulo, num dos escritórios da Sadia no bairro de Higienópolis, na zona oeste da cidade, e, por fim, no escritório de advocacia da Perdigão, o Camargo, Bocater, Costa e Silva, no bairro do Itaim, na zona sul. Em 19 de maio de 2009, após alguns adiamentos e muitas reviravoltas, Furlan e Secches convocaram uma entrevista coletiva para finalmente comunicar o acordo. "O tempo de rivalidade ficou para trás", afirmou Secches. Dessa operação, cercada de expectativa, surgiu a Brasil Foods, ou BRF, uma empresa de 25 bilhões de reais de faturamento e terceira maior produtora de carnes do mundo, atrás apenas da americana Tyson Foods e do frigorífico brasileiro JBS-Friboi. Sob todos os ângulos, trata-se de uma dobradinha superlativa.Um relatório do banco americano Morgan Stanley estima em 3,7 bilhões de reais os ganhos com a união das antigas rivais. Além da provável sinergia em corte de custos e ganho de escala, as duas empresas contam com algumas características complementares. A Sadia tem vasta experiência no desenvolvimento de marcas e em inovação, o que permite que seus produtos sejam vendidos a um preço até 15% mais alto. A empresa controla também um sistema de distribuição invejável, capaz de atender a mais de 300 000 pontos-de-venda em todo o país. A Perdigão é conhecida por sua