Casa
O barco sai de Paraty-Mirim, RJ, faz uma curva e entra em águas abrigadas. Logo, atraca numa das 33 prainhas. De uma margem se vê a outra, a 2 km. Dá para nadar, remar, caminhar pela mata... A sensação de aconchego que o Saco do Mamanguá proporciona requer uma descrição. "Devido a sua forma, o lugar tem essa característica uterina e uma energia muito especial", diz o jovem empresário paulista, explicando sua paixão pelo local e a opção por construir aqui em 2003 - quando finalmente conseguiu comprar um terreno. Decisão tomada e dinheiro no bolso, ele pediu ajuda a um amigo radicado em Paraty, RJ - que lhe deu a dica de um bom lote (de 21 x 570 m) -, e a uma arquiteta familiarizada com os fornecedores, a legislação e o meio ambiente local. "Optei por contratar alguém de perto para gerenciar a obra", diz o empresário, que também ressalta a sintonia com a arquiteta Daniela Buissa: "Meus pedidos [uma casa de madeira, suspensa, com boa área social e dois quartos] foram equacionados já no pré-projeto, liberando o início do serviço para a época de seca, em maio de 2004". Como não há estrada até o local, o material foi transportado por barco, em dezenas de viagens. "Os troncos de eucalipto, soltos na água, tiveram de ser puxados com cordas", conta Daniela. O trabalho levou um ano - período de visitas semanais da arquiteta à obra e acertos com o cliente pela internet. Hoje, o dono se diz contente aqui. Explora de caiaque os recantos do Mamanguá e, à noite, celebra a ausência de luz elétrica em paz, sempre que a montanha começa a escurecer as águas e sua casa.
Aprovação sem mistério. A casa fica na margem direita do Saco do Mamanguá, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Cairuçu, numa Zona de Expansão Residencial e Turística passível de construção. A aprovação aqui, semelhante à que ocorre em outros locais preservados, se inicia pela consulta ao Ibama - com a qual se obtêm as diretrizes do projeto. Atendido isso, a entidade emite um parecer favorável, que