Casa operaria
O nascimento das vilas operárias na capital paulista está associado às transformações que a cidade viveu na passagem para o século XX, e às discussões sobre saúde pública, que resultaram em uma legislação urbanística que condenava os cortiços e propunha a construção de moradias higiênicas para os pobres fora da área central, ou seja, na periferia. A lei passava a regular todas a vida dos mais pobres, suas moradias, seus hábitos de higiene e sua própria moral. Ao mesmo tempo em que expulsava a pobreza para fora do centro da cidade, começava a estruturar os bairros ricos e pobres, prevendo a partir, daí, os melhoramentos urbanos que iriam favorecer a elite, elite que por sua vez, contava com plena representação na Câmara municipal. Por conta da grande necessidade de mão de obra, cidades como São Paulo, teve alto crescimento demográfico e de imigração. Na segunda metade do século XIX, as pessoas com baixo poder aquisitivo residiam em lugares desumano que se foi agravando com o descontrolado crescimento populacional. Suas habitações eram descritas e detalhadas pelo poder publicam de cortiço; casinha; o hotel cortiço; prédios de sobrado convertidos em cortiços; todos com má qualidade de habitacional com descrevia Aluízio de Azevedo, em “ O Cortiço”. A maior parte das críticas aos cortiços estava relacionada à questão da higiene e as epidemias. Percebendo a necessidade da intervenção, o poder público se manifestou diante à habitação operária, pois, na medida em que ela se tornasse mais higiênica, a contaminação da cidade com suas doenças – em sua avaliação, tanto físicas, quanto morais – seria evitada. Assim, em São Paulo, o Código de Posturas de 1886 com o Código Sanitário do Estado em 1894 foram friamente forte contra as habitações das classes trabalhadoras, em especial os cortiços. A intensa repressão a pobre habitação operaria foram às causas para surgimento da