casa de vidro
Lina Bo Bardi é um paradigma da arquitetura moderna brasileira. Italiana de origem, chegou a São Paulo nos anos 40 junto ao seu marido Pietro Maria Bardi. O casal não deixou mais o país. Em 1951, Lina se naturaliza brasileira, ano que coincide com a inauguração da sua primeira obra construída, nada menos que a Casa de Vidro, localizada no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo. Inicialmente idealizada como residência do casal e sede do Instituto de Arte Contemporânea, a Casa de Vidro foi a primeira residência do bairro, até então dominado pela Mata Atlântica, quando a expansão da cidade começava a ocupar a outra margem do rio Pinheiros.
As referências, ou pelo menos similitudes, são claras. Em 1949, após quatro anos de projeto, Philip Johnson inaugurava sua casa homônima –Glass House– em Connecticut, Estados Unidos. Johnson viveu nela até sua morte, em 2005, así como Lina viveu toda sua vida na sua Casa de Vidro. Inspirador e, ao mesmo tempo, inspirado pela Glass House, Mies van der Rohe terminava sua prestigiada Casa Farnsworth no ano de 1951, em Illinois, Estados Unidos. As três casas são marcadas pela transparência dos grandes panos de vidro e pela leveza de suas estruturas de aço. Foram projetadas quase simultaneamente e, além disso, à exceção de Johnson, Mies e Lina constroem suas casas em países que não são os seus de origem. Três projetos que apresentam muito em comum, mas que pela consistência projetual e construtiva de cada um, conseguem se identificar com o local e a se destacarem individualmente. Mais que feitos genealógicos, a Casa de Vidro, a Glass House e a Casa Farnsworth são feitos paralelos.
Uma das primeiras intenções de Lina foi conservar o perfil natural do terreno, muito inclinado, o que influiu para que a frente da casa fosse construída sobre pilotis, mas sem deixar de fazer referência a um dos cinco pontos da arquitetura propostos por Le Corbusier. A parte de trás da residência ficou, por conseguinte, apoiada em muros de