casa de bonecas
A peça Casa de Bonecas, escrita pelo dramaturgo Henrik Ibsen por volta do ano de 1879 (ano de sua conclusão e apresentação ao público) gerou grande polêmica por denunciar a condição de inferioridade da mulher na burguesia e, de fato, pode-se afirmar que o norueguês Ibsen era um homem bastante moderno e avançado para sua época, haja vista que a descontrução da exclusão da mulher na sociedade e sua introdução neste universo estava apenas começando naquela época (século XIX), depois de muita luta feminista. Mesmo assim, até os dias de hoje essa batalha é travada uma vez que não exita igualdade salarial entre homens e mulheres, embora exista semelhante capacidade e formação.
Aqui está em jogo a tradicional renúncia e o sacrifício quase obrigatório da mulher em prol da família. Casa de Bonecas é um reflexo dos movimentos de liberação feminina. Neste sentido, pode-se dizer que é uma criação profundamente subversiva e polêmica. Na época, ela foi amplamente debatida em todo o continente europeu, provocando celeumas e severas críticas da protagonista, rejeitada por ter deixado tanto o marido quanto os filhos.
Nora Helmer, com o auxílio de Cristina Linde, passa a ter consciência de sua existência, de tudo que abriu mão em nome dos outros, das suas potencialidades, do quanto ela é capaz de viver sozinha, sem a ajuda de ninguém. Ela decide se afastar de todos justamente para ter um encontro consigo mesma, e assim descobrir quem é realmente, se emancipando, então, enquanto sujeito.
Desta forma, o autor põe em cheque as tradições que envolvem o matrimônio. Ele se inspirou em uma matéria jornalística que abordava a falsa elaboração de uma nota promissória pela esposa de um indivíduo que agia como se ela fosse uma boneca, mantida no total desconhecimento da vida. É justamente o que sua protagonista não deseja, continuar a viver em uma casa de bonecas; ela conclui que sua única saída é desconstruir este castelo de areia.
Cansada de agir como uma