cartografia
Esse Atlas é composto por doze meias folhas que contêm, além do mapa do mundo, um calendário perpétuo, tábuas de marés e informações astrológicas/astronómicas (duas doutrinas que à época se misturavam).
Abraão Cresques, tal como era tradição na época, colocou nesses mapas informações geográficas, históricas e mitológicas, coloriu-o, iluminando-o o e representando neles passagens bíblicas. As passagens bíblicas nos mapas tinham por fonte a própria Bíblia Sagrada , e entre elas estavam representados, por exemplo, os três reis magos e a estrela de Belém.
Pode afirmar-se que cartografia Medieval tem três aspectos distintivos da restante cartografia antiga: imagens esquemáticas do mundo, mapas realizados a partir de coordenadas polares (quase todos árabes) e portulanos que são guias práticos de navegação. Esses três elementos, arte, matemática e observação empírica/científica estão bem presentes no Atlas Catalão.
No Homem zodiacal do Atlas Catalão (ver figura seguinte) traduz-se a visão medieval da medicina, onde se acreditava que cada parte do corpo humano era regida por um signo ou constelação.
Para melhor se entender essa lógica tentar-se-á explicar porque se acreditava que as estrelas influenciavam o “temperamento” humano.
Na Idade Média, onde o modelo Ptolomaico imperava, a Terra situava-se no mundo sublunar. Nesse mundo, dominavam os quatro elementos: terra, ar, fogo e água, da física Aristotélica, que estavam em correspondência permanente, tanto com os astros como com os quatro humores (líquidos) em circulação no corpo humano: o sangue (propriedade húmica), o fleuma (linfa, soro, muco nasal, saliva, muco intestinal), a bílis (amarela, quente) e a atrabílis (ou bílis negra,