Cartilha caminho suave
Francisco José Carvalho Mazzeu
1. Introdução
O propósito deste texto é apresentar alguns resultados de uma analise da cartilha Caminho Suave. Escolhi essa cartilha pela sua difusão e permanência e por ter sido aquela em que eu próprio fui alfabetizado. Para se ter uma idéia do alcance dessa cartilha, ela vem sendo adotada há mais de 50 anos, já tendo sido vendidos mais de 40 milhões de exemplares.
Este texto não pretende ser uma análise exaustiva dessa cartilha, apenas busca difundir entre os professores e estudantes algumas reflexões suscitadas pela leitura desse material, bem como exemplos de atividades que ultrapassem as limitações constatadas e apontem para a possibilidade de elaboração de materiais alternativos, chegando a dispensar o próprio uso da cartilha.
Capa da cartilha em edição recente 2. Análise
Antes
de iniciar qualquer discussão é necessário esclarecer um ponto: a escolha das cartilhas como tema de análise não implica, uma tomada de posição favorável ao uso desse tipo de recurso no processo de alfabetização. Não considero esse uso imprescindível nem abominável. Em condições favoráveis é mais interessante que o material de aprendizado seja elaborado em conjunto por alunos e professor(a). No entanto, em condições precárias, que infelizmente predominam em nossas escolas públicas, não se pode condenar um professor ou professora por adotar determinada cartilha. Além disso, muitas
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professoras complementam o uso da cartilha com outros materiais, atividades e exercícios, modificam a seqüência das lições, etc.
Uma primeira questão que pode ser observada na cartilha refere-se às palavras-chave, em torno das quais o material se estrutura. São elas:
1. barriga
10. pato
19. garrafa
28. queijo
4. faca
13. tapete
22. casa
31. anjo
2. cachorro
3. dado
5. gato
6. jarra
7. laranja
8. macaco
9. navio
11 rato