Cartas a Cristina 11º carta
Reflexões sobre minha vida e minha práxis
“Sesi: a prática de pensar teoricamente a prática para praticar melhor”
Em Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis, encontram-se referências a certos acontecimentos da infância, da adolescência e da juventude de Paulo Freire. Nessas cartas, Paulo Freire aborda questões que considerava fundamentais e relaciona as dimensões pessoais aos contextos históricos vigentes.
Paulo Freire conta suas experiências e dificuldades durante sua passagem pelo Sesi (Serviço Social da Industria), pois foi de grande importância para o processo de sua formação política e pedagógica.
Em 1947, ele relata que para os interesses da classe dominante era conveniente e fundamental que o Sesi passasse de assistencial para um método assistencialista. Ele passou a perceber que o Sesi não era uma expressão de bondade da classe dominante para ajudar a classe operaria, no ponto de vista dominante era favorável que quanto mais neutralidade da pratica educativa melhor seria para a consecução de fins.
Paulo Freire não concordava com tal atitude, pois para ele era indispensável a formação profissional de compreensão em torno de como e porque a sociedade opera de suas formas.
Paulo dizia que por ser progressista, não se espalhava nas leituras dos autores ou autoras que diziam o que fazer, e nem era por estar certo de que o futuro inexoravelmente traria socialismo, pelo contrário, ele era progressista por não aceitar uma compreensão mecanicista da história.
Foi assim que passou a exigir de educadoras e educadores progressistas uma pratica educativa que propiciasse a quem nela se envolve, experiência de participação. Experiências de valorização, da ruptura, da opção.
A proposta que Paulo Freire passava era de uma aprendizagem democrática que dava direito a uma escola democrática, ou seja, pela prática da participação, possibilitando o exercício direto do poder. Participar significa redistribuir bens e