Ao acordar, Marta fez o que estava acostumada. Abriu seus olhos e virou para o lado, olhando rápido pelo relógio em sua cabeceira. Eram 06 horas e 30 minutos, já estava atrasada. Levantou-se e encaminhou-se ao banheiro. Olhou-se no espelho pensando no que deveria fazer ao longo do dia. Escovou seus dentes e lavou seu rosto. Um fato curioso já começou a mudar seus pensamentos. A campainha tocou. “Quem poderá ser a essa hora da manhã?!”. Enxugou seu rosto, saiu do banheiro indo direto para a porta da frente. Destrancou a fechadura e ao abrir a porta, viu um homem estendido no chão. Para a Fortaleza dos anos 1920, encontrar um homem caído à sua porta não é algo que acontece todos os dias. Olhou de um lado a outro, mas não viu nada nem ninguém. Resolveu abaixar-se para analisar o homem caído. Tocou em sua pele. Estava fria, rígida. Constatou que o homem não estava vivo. Havia um cadáver estirado na soleira de sua porta. Correu para o telefone e ligou para a polícia. Desesperada, não sabia mais o que fazer. Voltou para o lado do cadáver e decidiu procurar algo que o identifica-se. Vasculhou nos bolsos de seu paletó, mas não encontrou nada. Procurou por alguma carteira. Nenhuma. Continuou vasculhando o corpo em busca de alguma identificação. Nada. Pousou suas mãos sobre as mãos do morto. Observou seu rosto. “Ele era tão jovem, tão bonito. Como pode ter morrido dessa forma”. Sentiu algo estranho em suas mãos. Era um papel amassado. O jovem morto o estava segurando com tanta força que Marta teve dificuldades ao tentar retirar. Com bastante esforço, conseguiu. Era um bilhete. Nele constava um endereço, um pequeno texto e o nome de uma mulher ESSA ERA SUA AMADA, POIS ERA ASSIM QUE ELE INICIAVA O BILHETE QUE. Mal deu tempo de terminar de lê-lo e a polícia chegou. Ela contou como tudo aconteceu, o corpo foi retirado de sua porta. Quase todos os fatos foram contados. O único a ser omitido foi o bilhete. Marta sentiu uma imensa necessidade de ocultá-lo. O último pedido do