Carta de Conjuntura Agregada IPCA e Inflação
Wilson Luiz Rotatori Corrêa
(PPGEA/UFJF)
Paulo C. Coimbra
(PPGEA/UFJF)
Sidney Martins Caetano
(PPGEA/UFJF)
Equipe Técnica:
Ciro Alves Pinto | Aline Caixeta
(Economia Internacional)
Ascânio Vasconcelos
(Política Fiscal e Monetária)
João Guilherme | Thallis Macedo
(Nível de Atividade)
Apoio:
1. IPCA E INFLAÇÃO
Com a perspectiva de melhora do cenário econômico doméstico a partirdos estímulos dados pelo governo diante do quadro de baixo crescimento econômico e, principalmente, com o aumento dos preços de commodities agrícolas, as projeções para a inflação ao final de 2012 só se deterioraramno segundo semestre. Se no início de julho, a mediana1 das expectativas de mercado se encontrava em seu menor patamar, 4,85%, o último relatório Focus2para a inflação de 2012 a projetou em5,73% (Gráfico 1). Assegurando, como já se esperava, a inconsistênciadas projeçõesdo Banco Central até meados do ano, quando a instituição ainda acreditava em um possível processo de convergência da inflaçãopara a meta projetada de 4,5% – com margem de 2 p.p. para cima e para baixo– e ocorrendo “de forma não linear”. O Banco Central (BC), já ao final de setembro, alterou sua expectativa de inflaçãode 4,7% para 5,2% ao final de 2012, bem como para 5,7% em dezembro.
Gráfico 1 – Evolução semanalda mediana de expectativas do mercado (FOCUS) para a Inflação (%).
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do BC.
O aumento dos preços agrícolas que impactou os índices de inflação a partir de julho ocorreu devido a quebras de safras(choque de oferta) nos EUA de grãos, como o milho e a soja, e nas regiões Sul e Nordeste do Brasil, advindas de adversidades climáticas. O aumento inicialmente percebido no Índice de Preços do Atacado (IPA),com elevação nas cotações desses grãos e nos custos de criações de suínos e aves, foi posteriormenterepassado aos consumidoresvia aumento nos preços de carnes ede outros bens.
Com a disparada dos preços agrícolas, a