carta de Caminha
Ele relata que a partida de Belém foi na segunda-feira, 9 de março, passando entre Canárias, viram as ilhas de Cabo verde(ou ilha de São Nicolau). Ao amanhecer de uma segunda-feira, se perderam da frota Vasco de Ataíde com sua nau, sem haver tempo forte... O capitão fez o possível par ao achar, mas não conseguiu.
Tentou então fazer o próprio caminho até que no dia 21 de abril , terça-feira de oitavas de Páscoa, eles toparam com algum sinais de terra, enxergavam ervas compridas que chamaram de Botelho ou até de rabo-de-asno. E na quarta do dia seguinte de manhã encontraram aves, que chamam de fura-buchos. Do monte alto, o capitão pôs o nome de Monte Pascoal e à terra de Terra de Vera Cruz.
Nisso surgiu à primeira vista de que possuía pessoas nesta terra. Com navios pequenos chegaram próximo a terra e viram sete ou oito homens. Retornaram e vieram com os capitães e capitão-mor. Assim que chegaram na boca do rio viram que eram mais de vinte homens. Como diz na carta: “eram pardos, nus, sem coisa alguma lhe cobrisse sua vergonha. Nas mãos traziam suas setas.”
Eles não se entendiam bem, mas os homens eram pacíficos e doaram algumas vestimentas decorativas como segue na carta: “Somente deu-lhe um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava a cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de alijaveira”
Na noite seguinte, ventava com fortes chuvas e isso fez com que os portugueses escolhessem um abrigo mais seguro, eis que encontraram na costa: “um recife com um porto dentro, muito bom e seguro, com uma mui larga entrada.” Adiante da carta,