CARs como Imunoterapia de Cancro
Licenciatura em Ciências da Saúde
Docente: Professor Doutor Bruno Silva-Santos
Guilherme Nunes, 619 | Marta Catarino, 609
CAR (Chimeric Antigen Receptors) para a imunoterapia do cancro
Se pensarmos na maneira como o sistema imunitário funciona, isto é, na sua enorme capacidade de combater microorganismos patogénicos e se conseguirmos treiná-lo da mesma forma para eliminar células cancerígenas, teríamos uma potente imunoterapia e é nesta linha de pensamento que se baseiam os chimeric antigen receptors (CAR).
O conceito de CARs foi inicialmente descrito por Zelig Eshar, em 1989[1]. Este foi baseado na ideia de se poder expressar recetores sintéticos e específicos em linfócitos T (TC: T cells) capazes de reconhecer proteínas intactas presentes na superficíe das células-alvo. Os TCs através dos seus recetores (TCR: T cell receptor) reconhecem péptidos – isto é, antigénios – que estejam associados ao complexo maior de histocompatibilidade (MHC: Major Histocompatibility Complex), como se sabe, um dos mecanismos de escape de células cancerígenas é a down-regulation do MHC. Isto torna-as invisíveis para os TCs, visto que a ligação entre o péptido-MHC e o TCR constitui um pré-requisito fundamental na sua função efetora[2]. É neste contexto que se torna fundamental o mecanismo dos CARs, uma vez que conseguem reconhecer proteínas intactas à superfície da célula, sendo completamente independentes da apresentação de péptidos através do MHC, tornando consequentemente visíveis os tumores para os TCs. Além disso, a existência de um sistema independente do MHC faz com que os CARs possam ser utilizados, clinicamente, de uma forma mais genérica não estando, por isso, restringidos como acontece nos TCRs onde estes são específicos para o MHC, igualmente específico, de cada indivíduo. [1] Estrutura básica dos CARs e a sua evolução
A estrutura básica dos CARs consiste num domínio extracelular que reconhece o antigénio