Carlos Mauro Hiago
Em sua obra, von Humboldt compara a produção histórica com a produção de um poema, isto é, de uma obra de arte. O autor se preocupa em delinear sobre as “buscas”, tanto do artista, quanto do historiador para poder embasar seus argumentos a respeito de tal semelhança. O historiador e o artista têm como semelhança o fato de retirarem do mundo natural suas fontes. Um pintor, embora haja a abstração, ao pintar uma árvore ou paisagem (ou até mesmo pessoas), retira da natureza as suas verdadeiras fontes para compor sua obra, já o historiador faz o mesmo. As fontes históricas estão na natureza do real, e isso seria semelhante ao trabalho do artista. Logo a composição é semelhante nesses aspectos.
Mas existem diferenças entre o artista e o historiador. O poema, embora tenha semelhanças com o trabalho histórico, não poderia jamais ser confundido com o livro de história, por exemplo. O Barão tem um braço dentro do racionalismo também. Para ele, o desenvolvimento da pesquisa e produção histórica deve ser um movimento “em cadeia” e organizado, tal como um relógio suíço.
Assim, com um braço no romantismo e outro no racionalismo do século XIX, o Barão de Humboldt, em substância argumentativa, tende a ter uma visão romântica e racionalista ao mesmo tempo, todavia, dentro de seu pensamento, tais visões não são antagônicas.