Carlos Drummond
Características literárias:
Carlos Drummond de Andrade, assim como os poetas modernistas proclama a liberdade das palavras, uma liberação do idioma que permite a criação poética sem seguir as convenções usuais. Era adepto à poesia feita com versos livres, acentuando assim a liberação do ritmo.
Analisando as obras de Drummond, pode-se perceber que esta se divide em três fases: na primeira fase, o autor não se deixa envolver, se mantendo assim afastado do mundo à sua volta. Nesse primeiro momento o poeta não tem como objetivo construir certezas e incertezas, mas sim, nega-las. Os principais temas de suas obras nessa fase são o cotidiano, a família, o isolamento, a monotonia entediante das coisas e do viver.
Os temas na primeira fase são abordados com uma linguagem coloquial plena de ironia seca, sarcasmo e humor desencantado, onde sentimento e emoção são refreados. Duas importantes obras dessa fase são os livros Alguma Poesia e Brejo das Almas.
Já na segunda fase, Drummond não se distância do mundo, pelo contrário, se deixa envolver pelos problemas do mundo à sua volta e escreve sobre a impotência e a solidão em um mundo frio e mecânico. Temas como a decepção e falta de perspectiva diante da fragmentação causada pela guerra, o sofrimento das pessoas ao redor do mundo, e sua solidariedade são abordados ora com esperança e ora com desesperança. Mantém-se nessa fase a mesma ironia, humor e sobriedade. Duas importantes obras do autor nesse período são os livros Sentimento do Mundo, José e A Rosa do Povo.
Na terceira e última fase do autor, este busca o real, através de questionamentos e negações que revelam o vazio e o descontentamento que estão sempre acompanhando o homem. Nessa fase o poeta sai da poesia metafisica (caracterizou a literatura do século XVII e é uma mistura única e elaborada de paixão e pensamento em que as emoções são expressas de forma intelectual, com razão e conceitos) e passa à poesia objetual, onde enfatiza a