Cario
JoRNAL DA AssocmçÃo BRASILEIRA DE oDoNToLoGIA
Evidências para o uso de fluoretos em Odontologia
Prof. Dr. Jaime Aparecido Cury $cury@fop.unicamp.br)
Prof. Titular de Bioquímica, Faculdade de Odontologia de Piracicaba- Unicamp
Profa. Dra. Livia Maria Andaló Tenuta (litenuta@fop.unicamp.br)
Profa. Doutora de Bioquímica, Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Unicamp A
Por que usar fluoreto em Odontologia e seu mecanismo de ação anticárie - Parte I
Dentre os mais diversos agentes preventivos ou terapêuticos de sucesso, que causaram um impacto importante na saúde e qualidade de úda das pessoas, talvez seja diÍícil encontrar um que se assemelhe ao íon flúor (fluoreto F-). Não há quem não saiba, mesmo entre os indivíduos com menor acesso ao coúecimento gerado no meio científico, que "o flúor protege os dentes da cárie". Por outro lado, o mecanismo de ação é muitas vezes interpretado de forma inadequada, não sendo raro encontrar descrições incorretas ou inapropriadas como: fortalece os dentes, inibe a produção de ácidos produzidos pelas bactérias da placa dental, método sistêmico de uso de flúor, entre outras, que muitas vezes dificultam a adequada indicação deste íon na prevenção da cárie.
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Frente aos mais diversos meios de uso e novos produtos lançados no mercado em todo momento, fica dificil indicar o mais adequado, em nível populacional ou individual, sem que a real ação do íon na cavidade bucal seja conhecida. O objetivo dessa série intitulada "Evidências para o uso de F- em Odontologia" é discutir os mais diversos aspectos do uso deste íon na prevenção da cárie, desde seu mecanismo de ação (parte 1), os meios de utilização (parte 2) e as limitações de seu uso, em termos de toxicidade aguda e crônica (parte 3).
O primeiro conceito importante é: o mecanismo de ação do íon flúor é sempre o mesmo , independente do meio de utilização. Água fluoretada, dentifrícios, bochechos, produtos para aplicação proÍissional, materiais odontológicos que
liberam