Carboxiterapia
Carboxiterapia: buscando evidência para aplicação em cirurgia plástica e dermatologia
Existe hoje forte tendência de a prática clínica reafirmar seu compromisso com a medicina científica. Isso não significa dissociar pesquisa e experiência. Pelo contrário: é reconhecer que ambas fazem parte de um processo sistemático e contínuo de autoaprendizado e autoavaliação, sem o qual as condutas se tornam desatualizadas e não-racionais 1. Cotidianamente, o profissional defronta-se com a tarefa de decidir quais os tratamentos que funcionam (e, na estética, é preciso destacar que inúmeras “opções promissoras” surgem a cada dia). Tradicionalmente, tais decisões têm se baseado em princípios fisiopatológicos e de raciocínio lógico, observação pessoal e intuição, que, em conjunto, constituem o que se convencionou chamar de “experiência do clínico”1. Se um tratamento parece funcionar, é repetido. Se seus resultados são desapontadores, o tratamento é abandonado. No entanto, essa avaliação é totalmente imprevisível, pois se desconhecem quais os fatores que contribuíram para o sucesso e quais os que determinaram a falha terapêutica 2. A busca de evidências orientadoras de condutas constitui um movimento do qual um dos pioneiros foi David L. Sackett, que, a partir de 1992, tem se preocupado em difundir uma nova forma de atuar e ensinar a prática médica. Sackett conceitua essa ideia como “o uso consciente, explícito e judicioso da melhor evidência disponível para a tomada de decisão sobre o cuidado de pacientes individuais”3. Decisões mais científicas e eficientes, baseadas em métodos de avaliação mais vigorosos, têm por objetivo otimizar benefícios e minimizar riscos e custos 2. Esses conceitos se tornam fundamentais se o médico quiser analisar criteriosamente se o que há de mais novo ou mais avançado é, de fato, o melhor para seu paciente 4. O uso medicinal do dióxido de carbono (CO2) não é novo. Em 1932, na Estação Termal do Spy de Royat, na França, o CO2 foi utilizado em