Caracterização das personagens n'os maias de eça de queirós
Carlos – “um formoso e magnifico moço, alto, bem feito, de ombros largos, com uma testa de mármore sob os anéis dos cabelos pretos” e fazia lembrar “o ar de um príncipe de Renascença”. Carlos é um jovem aristocrata com uma educação “à inglesa”. Este é arrastado para o diletantismo pois tem uma grande “dispersão de curiosidade”, o que o faz ter uma multiplicidade de interesses e aventuras (o luxo, as carruagens, o livro, o laboratório, entre outros). Herda do pai a fraqueza, o comodismo e uma certa cobardia, e da mãe a futilidade, o egoísmo e o espírito boémio.
Maria Eduarda – “Uma senhora alta, loira, (…) maravilhosamente bem feita.”. Esta “tinha (…) um destaque estrangeiro, como o requinte claro de civilizações superiores”. É sensata e tem um forte sentido de dignidade (empenhará as suas joias para não pedir dinheiro a Carlos) e culta (ouvia Beethoven e lia Michelet e Renan).
Pedro da Maia – “linda face oval (…) dois olhos maravilhosos e irresistíveis (…) faziam-no assemelhar a um belo árabe”. Era em tudo um fraco, tinha crises de melancolia, que o faziam ficar mudo durante semanas e com olheiras fundas. O seu único sentimento vivo, intenso fora a paixão pela mãe. Tinha um temperamento nervoso e instável.
Ega – Tinha uma “figura esgrouviada e seca, os pelos do bigode arrebitados sob o nariz adunco, um quadrado de vidro entalado no olho direito – tinha realmente alguma coisa de rebelde e de satânico” e com “gestos de Metistófeles”. João de Ega nunca chega a concretizar os seus planos de autor.
Afonso da Maia – “Afonso era um pouco baixo, maciço, de ombros quadrados fortes: e com a sua face larga de nariz aquilino, a pele corada, quase vermelha, o cabelo branco todo cortado à escovinha, e a barba de neve a água e longa”. Era generoso, paciente, risonho e tinha um grande coração. Era uma figura cheia de nobreza, um espírito são, um símbolo do velho Portugal.
Maria Monforte – “Sob as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto