Caracterização bairro Dois de Julho
O Bairro Dois de Julho se formou com a expansão da cidade em direção ao sul, nas proximidades do Caminho do Conselho, o qual ligava a cidade antiga à Vila do Pereira. Bairro da freguesia de São Pedro, ele é parte significativa da história da cidade do Salvador. Surgiu do prolongamento da Rua de Baixo de São Bento, atual Carlos Gomes, o que se deu na década de trinta do século XX, passando por transformações urbanas durante a intendência do engenheiro Durval Neves da Rocha (1938-1942).
No período do descobrimento do Brasil, o local foi rota de passagem dos colonizadores no caminho da Vila Velha (atual Corredor da Vitória), percurso que unia as duas vilas da cidade.
O nome Dois de Julho registra a Independência da Bahia, ocorrida em 02 de julho de 1823, no século XIX. Inicialmente o Largo se chamava Acioli e foi palco de muitas homenagens à Independência, era o local onde se finalizava o cortejo comemorativo. Passou a se chamar Largo Dois de Julho quando lhe puseram um chafariz da companhia do Queimado.
Tem a famosa Rua da Forca que marca o passado nos remetendo à maior tortura legalizada em um período da nossa história, que ainda está registrada nesse trecho do bairro. Os condenados que saiam da casa da câmara e da cadeia, no Largo dos Aflitos, cumprindo o seu último e pavoroso trajeto andando em direção à morte, através de forca, desciam a Rua Direita do Palácio, atual Rua Chile, chegando ao Largo do Teatro São João, hoje Praça Castro Alves. A Rua da Forca do Largo era o que podemos chamar de corredor para a morte, ao fundo os condenados avistavam todo aquele arsenal armado que o aguardavam para a sua sentença, muitas vezes em nome da liberdade daqueles que os acompanhavam, assistindo a toda aquela tragédia até o destino final na Praça da Piedade.
A pena de morte não existe mais no Brasil, mas a Rua da Forca faz parte da nossa história, ligando o Largo Dois de Julho à Praça da Piedade. Partindo do Largo até o