Caracterizando a Modernidade
Fundamentos da Educação
Caracterizando a Modernidade O projeto da Modernidade identifica-se com a ilimitada confiança na razão, capaz de compreender e subjugar a natureza em proveito da humanidade e com a crença no progresso como trajetória humana que, pelo uso da razão, garantiria à sociedade ingressar em um estágio mais desenvolvido no sentido de maior humanização, entendida como liberdade (e, idealmente, também como igualdade e fraternidade). Na busca da concretização deste projeto, houve um admirável crescimento em termos de quantidade e refinamento em todos os campos do conhecimento e de suas aplicações. Goergen (2002) propõem que se considere as contribuições de alguns pensadores que delinearam o espírito da Modernidade, tais como Roger Bacon (1214-1294) que propunha a separação entre a teologia e as ciências profanas, cujos pilares seriam a experiência, o experimento e a matemática; Nicolau Copérnico (1473-1543) que substituiu a imagem geocêntrica pela heliocêntrica; Francis Bacon (1561-1626), para quem a tarefa maior da ciência seria o domínio da natureza pela compreensão de seus processos e para quem o único método realmente confiável de conhecimento era o indutivo, que procede da observação e do experimento; René Descartes (1596-1650), fundador do racionalismo moderno, para quem o mundo funciona como uma máquina (mecanicismo), cujos segredos de funcionamento podem ser desvelados pelo uso da razão. O conhecimento da mecânica do funcionamento da natureza permitiria ao homem antecipar acontecimentos e dispor de domínio sobre a natureza; Immanuel Kant (1724-1804), fundador do cristicismo, para quem o conhecimento é obtido exclusivamente pela experiência dos sentidos e para quem “a teoria do conhecimento é uma espécie de polícia que controla as escapadas da razão para além desses limites”. (Goergen, 2002, p.12) A racionalidade científica tornou-se a principal