Capítulo IV Pós-Guerra - Tony Judt
A maior preocupação dos norte-americanos e britânicos era a possibilidade de Stalin negociar uma trégua com Hitler, preocupação que se intensificou com a recuperação do território perdido pela União Soviética, em 1941. Stalin, por sua vez, via a ausência de apoio dos aliados ocidentais como uma forma de sangrar a Rússia, beneficiando-se dos sacrifícios desse povo. Neste período, conciliações e pactos firmados antes da guerra demonstravam uma grande desconfiança entre eles e a união só se mantinha pelo desejo de derrotar a Alemanha.
Em 1943, em Casablanca, foi acordade que a única possibilidade do fim da guerra era com a rendição incondicional da Alemanha. Quase um ano depois, Stalin, Rossevelt e Churchill concordaram com o desmantelamento da Alemanha no pós-guerra (além da volta da linha de Cruzon, o acesso soviético ao Báltico e o reconhecimento da autoriadade de Tito na Iuguslávia).
Ficou claro que o grande beneficiário desses acordos foi Stalin, mas os benefícios eram bem razoaveis considerando o importante papel desempenhado pelo Exército Vermelho na luta contra Hitler. Também foi por isso que Churchill assinou o "acordo da porcentagens" - no qual ele cedia a Stalin territórios que seriam tomados por ele mais cedo ou mais tarde. Assim, ficou acordado que a Grã-Bretanha e a Rússia aceitavam dividir igualmente o controle da Iuguslávia e da Húngria no pós-guerra.
Tony Judt esclarece que haviam três questões a serem esclarecidas sobre esse tratado: as porcentagens relativas à Húngria e Romênia eram mera formalidade; o tratado foi bastante respeitado; porém, esse tratado não teve grande significado.
Sob a perspectiva da falta de grande significado, o "acordo das porcentagens" se assemelha ao assinado em Yalta. A Declaração da Libertação da Europa foi assinada