Capítulo II Apologia da História
Bloch, Marc. Apologia da História, ou, o ofício do historiador
Capítulo II
1. Características gerais da observação histórica
O própio historiador não possui a ordem original dos fatos, pois talvez não estivesse no lugar em que ocorreu o fato ou não há nenhuma testemunha. Sendo assim, esforça-se para criar uma possibilidade do que tenha acontecido, dando exemplo do trabalho de um Comandante do Exército em descrever o relato da vitória de sua tropa aos Tenentes (Pp. 69). Através da observação do passado, há um recente distanciamento entre o objeto de conhecimento e o pesquisador, que impõe uma força às teorias utilizadas para análise (Pp.70) que reforçam em retratar absolutamente o que aconteceu num determinado acontecimento - atos, palavras ou atitudes dos que participaram - em um tempo de duração curto, que possam ser uma hipótese a partir da não comprovação de como ocorreu o fato. O próprio historiador sem obter nenhum tipo de dúvida em relação à fonte/testemunha, passa por uma experiência humilhante, citando os exemplos de uma troca de guarda noturna é comparada a brincadeira infantil "Telefone-sem-fio" em que a informação é passada da primeira pessoa da fila à última pessoa, em que sempre há um erro de decodificação da mesma, concluindo que não é muito confiável e de uma expedição arqueológica feita na Síria que se encontra vasos de cerâmicas com esqueletos de crianças que foram usados em ritos pagãos, chegando a essa conclusão a partir de uma analogia feita pelos testemunhos da época (Pp. 71). Ao utilizar uma via de raciocínio simples, exclui-se outras possibilidades de justificação e permite chegar a uma verdade constatada ao que mostrado com o meio de interpretação lógico (Pp.71 e 72).
Outros casos do passado oferecem a mesma forma de acesso à informação ao longo de um misto de testemunhos escritos ou não escritos, porém os próprios historiadores são dependentes na maioria das vezes de fatos não tão