CAPÍTULO 3 : O “verdejar” do ser : o movimento ambientalista
A política verde é um tipo de celebração. Reconhecemos que cada um de nós faz parte dos problemas do mundo, e que também fazemos parte da solução. Os perigos e as perspectivas de cura não estão apenas no meio que nos cerca. Começamos a atuar onde estamos. Não há necessidade de esperar até que as condições se tornem ideais. Podemos simplificar nossas vidas e viver em harmonia com valores humanos e ecológicos. Haverá melhores condições de vida porque nos permitimos começar... Portanto podemos dizer que o principal objetivo da política verde é uma revolução interior, "o verdejar do ser":
Petra Kelly, Pensando Verde.
O movimento ambientalista do último quarto deste século conquistou, se considerarmos seu impacto em valores culturais e instituições da sociedade, uma posição de destaque no cenário da aventura humana. Nos anos 90, 80% dos norte-americanos e mais de dois terços dos europeus consideram-se ambientalistas.
A grande diversidade de ações coletivas, políticas e discursos agrupados sob a égide do ambientalismo torna praticamente impossível considerá-lo um único movimento. Contudo é essa diversidade que caracteriza o ambientalismo como uma nova forma de movimento social descentralizado, multiforme, orientado à formação de redes e de alto grau de penetração.
É importante ressaltar a diferença entre ambientalismo e ecologia. Ambientalismo refere-se a todas as formas de comportamento coletivo que visam corrigir formas destrutivas de relacionamento entre o homem e seu ambiente natural. Ecologia, do ponto devista sociológico é um conjunto de crenças, teorias e projetos que contempla o gênero humano como parte de um ecossistema mais amplo, e visa manter o equilíbrio desse sistema em uma perspectiva dinâmica e evolucionária. Ou seja, o ambientalismo é a ecologia na prática, e a ecologia é o ambientalismo na teoria.
Há uma relação estreita e ao mesmo tempo ambígua do