Capítulo 3 do livro de Rubem Alves - Filosofia Da Ciência
Há diferentes tipos de ordem. A ordem cientifica se distingue da ordem do senso comum. Segundo Rubem Alves, “a ordem pessoal é profundamente marcada por preferências, emoções, valores”. Já a ordem científica procura restringir essas emoções, porque é a partir daí que surgem os desejos e estes, às vezes, nos impulsionam a pensar ou ter atitudes consideradas ruins, como preconceitos e ilusões.
Conforme o pensamento de Rubem, o que separa a ordem cientifica da ordem do senso comum é uma resposta simples: os esquemas do senso comum são absurdos, enquanto isto não acontece com a ciência. Religião, milagres, astrologia, magia: Não são todos absurdos que as pessoas do senso comum frequentemente aceitam? E o que é um absurdo? O mundo de cada um é sempre lógico do seu ponto de vista.
A ciência nos faz acreditar que, por exemplo, a Terra gira em torno de si mesma e do sol, quando, na verdade, vemos a Terra parada, imaginando que o sol que gira em torno da Terra. Não parece absurdo acreditarmos sem nunca termos visto as provas? “é a ciência e não o senso comum que parece ser o mais absurdo” (Rubem Alves. Filosofia Da Ciência. P. 30). “É um paradoxo que a Terra se mova ao redor do sol e que a água seja constituída de dois gases altamente inflamáveis. A verdade cientifica é sempre um paradoxo, se julgada pela experiência cotidiana, que apenas agarra a aparência efêmera das coisas” (K. Marx).
A partir dessa ideia, podemos observar que os cientistas se assemelham aos religiosos e místicos ao analisarem e tentarem explicar coisas que não podem ser vistas. “o místico crê num Deus desconhecido. O pensador e o cientista creem numa ordem desconhecida. É difícil dizer qual deles sobrepuja o outro em sua devoção não