Capoeira
A capoeira talvez seja a expressão do que há de mais brasileiro em termos de atividade física, já que se trata de uma luta criada no Brasil por escravos de origem africana. Isso é tão significativo que no exterior a capoeira é conhecida como “brazilian martial art”, ou arte marcial brasileira. Por ser praticada em grupo e acompanhada de música constante que impõe ritmo aos movimentos, muitas pessoas a confundem com um jogo ou algum tipo de dança, mas como já disse Mestre Pastinha: “Capoeira Angola é, antes de tudo, luta, e luta violenta”.
O termo capoeira significa “o mato que nasce depois do desmatamento”, provavelmente porque era praticada entre esses matos, com os lutadores próximos ao chão, para não serem descobertos pelos seus senhores. É preciso dizer que nessa época a capoeira era uma prática proibida, pois com os escravos treinando sua forma de defesa pessoal, poderiam trazer problemas para aqueles que se consideravam seus “donos”. No entanto, ainda que proibida, a capoeira nunca deixou de ser praticada e ensinada.
Em sua forma original, como já mencionado, a capoeira era uma luta lenta jogada muito próxima ao chão, muito diferente daquela capoeira que é ensinada em academias ou jogada nas praias do Rio de Janeiro: a capoeira regional. Foi em meados do século XX que houve essa ruptura, resultando na prática da capoeira angola praticamente restrita aos guetos baianos. A capoeira regional apresenta movimentos mais acrobáticos, é jogada em pé e tem regras específicas, elemento característico de um esporte. Outra diferença importante entre esses dois tipos de capoeira é o modo como um membro se torna mestre: na capoeira regional, conforme os praticantes vão desenvolvendo melhor suas habilidades, aprendendo golpes diferentes e pensando sobre esses golpes, eles vão sendo graduados por meio de um cordão, em que cada cor representa um estágio em que o praticante está classificado, assim ele vai adquirindo novos cordões até se tornar um mestre. Na