capoeira
OS INDIOS NO BRASIL
GABRIELA NEVES
N 19
IMAGINÁRIO EUROPEU
Na época dos descobrimentos o pensamento europeu oscilava entre o imaginário fantástico e profundamente religioso medieval e o espírito humanista e aventureiro do Renascimento. Naquele momento havia duas visões do mundo, uma cientifica e outra mítica, elaborada a partir de mensagens dos textos sacros e relatos fantásticos, mas na maior parte da Europa subsistia um sentimento religioso objetivo muito forte, a leitura da bíblia ainda era feita de forma literal e não simbólica e dessa forma, pensava-se que o conhecimento dela chegaria mais cedo ou mais tarde a todos os povos do mundo. Portanto quando “descobre-se” um novo mundo ele é visto como possibilidade de levar o conhecimento do Evangelho e de concretizar os sonhos a respeito de outro mundo longícuo, maravilhoso e diabólico ao mesmo tempo. Mas antes da chegada dos europeus às terras desconhecidas do atlântico, o imaginário sobre mundos distantes e povos exuberantes era direcionado ao oriente, tudo o que era herético e maravilhoso vinha de lá, entretanto quando a América foi “descoberta” esse imaginário foi transferido e também recriado, a América tornou-se uma fábrica do fantástico e do maravilhoso e reveladora da existência dos seres monstruosos da antiguidade e da Idade Média, foi o espaço onde iriam se manifestar os lugares de Paraíso, inferno e Purgatório, que nem sempre existiram separadamente, essas ideias por vezes coexistiram de forma conflituosa e dúbia, a primeira ideia, porém, era a de que o paraíso na Terra finalmente havia sido encontrado e a isso era acrescentada a ideia de que havia um reino cristão fora da Europa que duraria mil anos e onde não haveria sofrimento, peste ou fome. Como afirma Mary Del Priore o próprio rei D. Manuel “(...) sabia da existência de “cristãos no além-mar, no fabuloso reino de Preste João, os quais os navegadores estavam encarregados de