Capitães do Silêncio - Censura Literária e Controle Social na Era Vargas
André Isaac Santos de Sousa1
O presente projeto de pesquisa tem como interesse refletir sobre a censura à obra “Capitães da Areia” (1937) de Jorge Amado, bem como discutir a relação literatura e política no Brasil no regime do Estado Novo. Utilizando o romance como fonte iremos analisar o processo de censura à Literatura brasileira, no período de 1937 até 1944, pois é nesse recorte que a produção literária considerada subversiva é perseguida de forma severa. Dessa forma, este estudo contribuirá para uma melhor percepção sobre uma das principais características do Estado Novo, o controle social.
Para que a discussão apresentada nesse estudo seja tratada da melhor forma possível, utilizaremos fontes que estejam diretamente ou indiretamente relacionadas ao nosso objeto. Arquivos do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), depoimentos dos principais atores entre eles Jorge Amado, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Luís Liguori Teixeira (Capitão da Polícia Política), Coronel Antônio Fernandes Dantas (Comandante da VI Região Militar), do processo aqui tratado, além da literatura e da imprensa, como os jornais O Estado da Bahia e O Dia. Toda essa documentação está disponibilizada nos Arquivos Públicos de São Paulo e da Bahia, além daqueles que são disponibilizados pelo CPDOC. Esses arquivos trazem descrição minuciosa, quantitativas e qualitativas, desempenhando papel chave no nosso estudo. Para o bom uso desses tipos de fonte será tomado o cuidado que todo historiador tem de ter, como de estar atento a alguns aspectos, do tipo origem, veracidade, objetivo, linguagem, local onde foi encontrado etc. A partir daí, o nosso diálogo principal está entre História e Literatura, caracterizando a produtiva interdisciplinaridade que marca as pesquisas historiográficas atualmente. Na obra Capitães da Areia é possível verificar essa inserção dos elementos “reais” - históricos e