Capitães da areia
Além das injustiças, procurava difundir a cultura originalmente brasileira. Era um homem apaixonado e preocupado com seu país. Casou-se com Zélia Gattai, também escritora, com quem teve uma filha. Dentre suas obras, uma que merece destaque é Capitães da Areia, história que relata o dia-a-dia de um grupo de meninos abandonados nas ruas de Salvador na década de 30.
Indubitavelmente é um clássico da literatura brasileira e um livro para toda a vida. Diferentemente de tantas outras vezes que findei a leitura de algo e permaneci indiferente, ao terminar de ler Capitães fui tomado por uma sensação estranha; indescritível mesmo. Uma mistura de tristeza e impotência, e ao mesmo tempo muito pesar por haver terminado a leitura - grande seria minha alegria se o livro ostentasse ao menos duzentas páginas a mais. Acho que todos os que tiverem o privilégio de apreciar esta obra, gostariam de mais páginas para talvez puder ver o destino dos protagonistas seguir de uma maneira diferente da qual foi apresentada por Jorge. Obviamente me senti transformado após terminar de ler uma obra tão grandiosa e tocante como essa.
A narrativa é desenvolvida com maestria por Jorge Amado, fazendo com que a leitura flua de maneira bem agradável. Somos arrebatados desde o início pela representação gramatical do linguajar malandro dos meninos, pelas diferenças de personalidade de cada um e é claro, pela variação constante de cenas - sem dúvida uma das características mais importantes do enredo. A obra não fica estagnada no mesmo ponto e prima pelo dinamismo trazido pelas aventuras - ou