Capitulo 1 livro genética
Neste capítulo você irá entender os mecanismos de transmissão dos genes, baseados no modelo da genética mendeliana e seus desdobramentos, e aplicar esses conhecimentos no entendimento de situações-exemplo na espécie humana, nos animais e nas plantas.
c a p í t u lo 1
Os mecanismos da hereditariedade Os Mecanismos da Hereditariedade
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Introdução
O interesse humano em compreender os mecanismos da reprodução e da hereditariedade existe desde a Antiguidade. Hipócrates
(460-377 a.C.) acreditava que cada parte do corpo adulto gerava minúsculas partículas (gêmulas), que migravam para os órgãos reprodutores. Quando havia cruzamento, as partículas masculinas se uniam com as partículas femininas para produzir o descendente, que se parecia com os pais devido ao desenvolvimento dessas partículas, constituindo as diferentes partes do corpo. Já Aristóteles (384-322 a.C.) teve uma visão um pouco mais elaborada; ele explicava a hereditariedade através de “fluidos”, mas a concepção geral de “mistura” era a mesma de Hipócrates. No entanto, foi somente com a invenção do microscópio, muitos séculos mais tarde, que se tornou possível visualizar os gametas. Surgiu daí outra concepção sobre a reprodução: a da existência de pequenos “homúnculos” (do latim: “homenzinhos”) dentro das células reprodutoras – alguns acreditavam vê-las nas células masculinas, outros nas células femininas. Para o que sabemos hoje em dia, isso parece até piada, mas acreditem, existem livros em que há gravuras dos tais
“homúnculos”. Todas essas noções prevaleceram simultaneamente por um longo tempo, em parte porque cada uma, à sua maneira, era capaz de explicar as similaridades entre pais e sua prole, e também porque não havia, de fato, nenhuma evidência científica capaz de provar ou refutar nenhuma delas.
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Genética
No século XIX, a teoria mais aceita era a da “mistura”, pela qual se supunha que, independentemente do mecanismo físico que controlasse a hereditariedade, as forças que