capitao philips
Seu descaso por um tripé causa enjoos e vertigens em muitos, porém, é difícil afirmar que não se trata de um recurso eficiente. Todos os seus trabalhos são verdadeiros exercícios de tensão, definição que também pode ser aplicada a este Capitão Phillips (Captain Phillips, 2013). Adotando mais uma vez a proposta de tornar sua narrativa real para o espectador, Greengrass começa seu trabalho mais recente sem quaisquer créditos iniciais, preferindo unicamente informar o nome da obra para em seguida partir para a ação. Essa economia narrativa, presente em toda a obra, é fundamental para que o cineasta atinja seu objetivo: desde os primeiros minutos, a plateia percebe estar diante de um filme que transcorrerá sem afetações ou excessos, preferindo investir na naturalidade.
Greengrass, ao lado de seu roteirista Billy Ray, cumpre a promessa. Mesmo que quase resvale ocasionalmente em um momento deus ex machina, Capitão Phillips é um filme que evita momentos grandiosos ou diálogos expositivos capazes de soarem artificiais em tela. O cineasta utiliza a trilha de forma pontual e precisa e boa parte do passado dos personagens principais permanece um mistério para a plateia; sabemos apenas o que é necessário para que eles se tornem pessoas complexas, multifacetadas, e não apenas protagonistas unidimensionais. Com isso, o cineasta consegue transformar toda aquela situação em algo real, plausível, o que – somado à