Capitalismo
Esta noção pode ser usada ideologicamente quando pr ojeta a idéia de que esse processo ocorre espontaneamente entre os p aíses envolvidos, como se todos eles se situassem em pé de igualdade e par ticipassem voluntariamente da integração.
Mas existe, sem dúvida, um processo de globalização que compreende diversos aspectos: do econômico ao cultural. Não ap enas o capital - tanto o monetário quanto produtivo - se desloca cada vez ma is rapidamente de uns países para outros, mas também a força de trabalho se encontra em permanente mobilidade. As pessoas adquirem as mesma s marcas de produtos em diferentes países, num processo mundial crescente de consumo padronizado. Os sistemas político e jurídico se tor nam formalmente cada vez mais semelhantes em todas as partes. Os padrões éti cos e culturais se uniformizam em escala mundial e assim por diante. E tudo isto sob uma gigantesca onda de liberalismo econômico e conserva dorismo político.
Um exame do mundo atual parece indicar que o proces so de globalização corresponde a uma nova fase do desenvo lvimento histórico do sistema capitalista. Pode-se dizer que a tendência à globalização é um resultado natural desse desenvolvimento, na medida em que o capitalismo se implantou por todo o mundo a partir do século XIX.
A existência da URSS e de seus países "satélites" c onstituiu um obstáculo ao processo, não apenas porque deixava de fora uma parte considerável do mundo, mas também porque era vista por outros países como uma solução alternativa. O colapso da URSS e d e seus "satélites" empurrou para a frente o processo, ao abrir-lhe um vasto território a ser ocupado e também - talvez este seja um aspecto mais importante - ao fornecer-lhe o poderoso argumento de que não há
“solução alternativa” ao
* Professor de Sociologia da