Capitalismo e Globalização
“Hoje vivemos em um novo ciclo de expansão capitalista, onde as grandes corporações transnacionais são mais poderosas que os próprios Estados”. “De acordo com seus interesses elas apoiam ou derrubam governos” Octavio Ianni
Para Ianni, globalização é um novo ciclo intensivo e extensivo de desenvolvimento em que o capitalismo ingressou em escala mundial. Mas não se deve falar não apenas sobre globalização, mas sobre mundialização, transacionalização e planetarização. O capitalismo já nasceu mundial, com a viagem de Vasco da Gama, e continuou depois, com o descobrimento do Novo Mundo. Em fins do século XV e começo do século XVI, houve um surto de expansão do capitalismo em termos de mercantilismo, de pirataria e escravismo.
Quem descobriu o Brasil? Não foi Cabral, nem o Caminha, mas o mercantilismo. Em busca de especiarias e minérios, foram decretadas as viagens transcontinentais e as conquistas. Um exemplo mais límpido: o que significa “Argentina”? Vem de argento, prata. O que significa “Brasil”? Vem do pau-brasil. São mercadorias.
Estamos em novo ciclo, o globalismo. O que não significa que não haja mais imperialismos, colonialismos e inclusive mercantilismos. É claro que há. Mas hoje os grandes atores do capitalismo mundial são as grandes corporações transnacionais.
Em geral, elas são assessoradas, direta ou indiretamente, por organizações também transnacionais, como o Grupo dos Oito (G-8), a Conferência de Davos, o FMI, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio (OMC). São organizações multilaterais, constituídas por Estados nacionais que atuam de acordo com a dinâmica dessas corporações. Por isso, já não dá mais para falar simplesmente em metrópole e colônia, ou em país dominante e dependente. As corporações mandam em certos países muito mais que os próprios governos. E pode ser qualquer governo, mesmo