Capitalismo nos EUA e Brasil
Estados Unidos foi o primeiro estado nacional que nasceu fora da Europa, mas não nasceu fora do sistema geopolítico e econômico europeu. Pode-se dizer inclusive, que a “Guerra da Independência” americana foi, em grande parte, um capítulo da disputa entre a Inglaterra e a França pela supremacia mundial. E sua conquista definitiva ocorreu entre as duas grandes guerras (“Dos 7 Anos” e “Bonapartista”) que definiram a hierarquia de poder internacional e a supremacia inglesa, dentro e fora da Europa, a partir de 1815. Durante este período de guerras, os Estados Unidos sempre se sentiram “cercados” e ameaçados — simultânea ou sucessivamente — pela Inglaterra, França e Espanha, e tiveram que negociar seu reconhecimento e suas fronteiras com o “núcleo duro” das Grandes Potências europeias.
Assim mesmo, os EUA acabaram se transformando no único estado nacional extra-europeu que nasceu de um império e de uma economia em plena expansão vitoriosa. Mais do que isto, durante a chamada “revolução industrial” que transformou os Estados Unidos – imediatamente — na primeira periferia “primário-exportadora” de sucesso da economia industrial inglesa. Situação econômica privilegiada, que se consolidou e expandiu durante todo o século XIX, antes e depois da Guerra de Secessão, enquanto a Inglaterra abria espaços de expansão comercial para sua ex-colônia e assumia a responsabilidade – em alguns momentos — por cerca de 60% do investimento direto dentro de todo o território norte-americano.
Desde sua independência, os Estados Unidos foram governados por uma elite coesa e com um intense commitment imperial, e mantiveram um ritmo de expansão política e territorial contínua, através da guerra, da diplomacia e do comércio. Antes da Guerra Civil, foram 37 “guerras indígenas”, e mais as guerras do Texas e do México, em 1837 e 1846, responsáveis pela duplicação do território americano. Mais à frente, vieram a Guerra Civil, a Guerra