Capital fetiche, questão social e serviço social – mundialização da economia, capital financeiro e questão social. Marilda Villela IamamotoINTRODUÇÃOEste texto analisa a mundialização do capital sob a hegemonia do capital que rende juros – o capital fetiche –, suas repercussões no redimensionamento da “questão social” na atualidade, expressões particulares que assume no Brasil e respostas institucionais, que incidem no capital financeiro da mundialização da economia, tendo em vista salientar as determinações históricas que redimensionam a questão social na cena contemporânea e suas particularidades no Brasil. A estruturação da economia capitalista mundial, após a Guerra Fria do século XXI, sob a hegemonia do império norte-americano sofre profundas mudanças na sua conformação. A efetiva mundialização da sociedade global é acionada pelos grandes grupos industriais transnacionais a internacionalizar a produção e os mercados, aprofundando o desenvolvimento desigual e combinado, que estrutura as relações de dependência entre nações no cenário internacional. O capital financeiro na generalização de seu fetichismo alastra-se em todas as formas - envolve a economia e a sociedade, a política e a cultura, impregna a sociabilidade e impulsiona um profundo avesso nas lutas e conquistas das classes trabalhadoras – o universo do trabalho – que cria riqueza para outros, experimentando a radicalização dos processos de exploração e expropriação. As necessidades sociais das maiorias, a luta dos trabalhadores organizados pelo reconhecimento de seus direitos e suas refrações nas políticas públicas, arenas privilegiadas do exercício da profissão, sofrem uma ampla regressão na prevalência do neoliberalismo, em favor da economia política do capital. Mas, ao mesmo tempo, essa sociedade apresenta um terreno minado de resistências e lutas travadas no dia-a-dia de uma conjuntura adversa para os trabalhadores, as quais carecem de maior organização para terem força na cena