Capital em marx
Segundo Marx, na produção capitalista o juro decorre da função do dinheiro como capital. Essa função está ligada à possibilidade, no capitalismo, de se utilizar uma dada soma em dinheiro para a aquisição de meios de produção e força de trabalho para a realização da produção e, com isso, obtenção de lucro, ou seja, mais-valia. O dinheiro como capital passa a se constituir, portanto, numa mercadoria, pois assume um novo valor de uso, distinto do valor de uso do dinheiro “meio de circulação”. A análise dessa “mercadoria-capital” quanto a valor de uso, valor (de troca) e preço é o fundamento para encontrar o determinante da taxa de juros. O valor de uso já foi identificado como a possibilidade de extração de mais-valia. O funcionamento da mercadoria dinheiro como capital (ou “mercadoria-capital”) envolve, de maneira geral, dois agentes principais: o capitalista monetário ou prestamista – detentor da soma em dinheiro – e o capitalista produtivo ou atuante – aquele que obtém essa quantia do capitalista monetário por meio de empréstimo e a aplica de maneira produtiva. No início do processo, o capitalista monetário cede o dinheiro para o tomador de recursos. Este mobiliza os fatores de produção e ao final obtém o lucro, a partir da mais-valia. No momento da devolução ao portador original do dinheiro adiantado, o capitalista produtivo cede também uma fração do lucro. Esta representa o que se chama de juro. Do ponto de vista do valor, o capitalista atuante recebe um certo valor em dinheiro. O consumo do valor de uso do dinheiro como capital tem como conseqüência a multiplicação do seu valor; ao contrário do que ocorre com as mercadorias comuns, que têm o seu valor extinto no ato de consumo (MARX, 1986, p. 264). Ao final da produção e venda das mercadorias produzidas pelo uso do capital, o capitalista atuante tem em suas mãos um valor superior ao recebido do prestamista.
Como parte do acordo de empréstimo, o valor adiantado é