CapitaesdaAreiaJorgeAmado
3573 palavras
15 páginas
Jorge AmadoCAPITÃES DA AREIA
APRESENTAÇÃO
Jorge Amado – iniciou o sexto romance,
Capitães da Areia, na cidade de Estância, interior do Estado de Sergipe, em março de
1937; terminou-o em pleno Oceano Pacífico, a caminho do México, no mês de junho do mesmo ano.
Exemplares da primeira edição da obra
(Editora José Olympio) - apreendidos pouco após a instalação do Estado Novo (19371945).
Novembro - 800 exemplares do livro foram
incinerados publicamente em Salvador.
2ª edição (1944) - 120 edições em língua portuguesa. Traduções: alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, russo e tcheco.
Obra mais lida do autor.
AMADO, Jorge. Guia das ruas e dos mistérios da cidade do Salvador da Bahia.
Os molecotes atrevidos, o olhar vivo, o gesto rápido, a gíria de malandro, os rostos chupados de fome, pedem esmola. Praticam também pequenos furtos. Há quarenta anos escrevi um romance sobre eles.
Os que conheci naquela época são hoje homens maduros, malandros do cais, com cachaça e violão, operários de fábrica, ladrões fichados na polícia, mas os Capitães da Areia continuam a existir, enchendo as ruas, dormindo ao léu. Não um bando surgido ao acaso, coisa passageira na vida da cidade.
Não, são um fenômeno permanente, nascido da fome que se abate sobre as classes pobres.
Aumenta diariamente o número de crianças abandonadas. Os jornais noticiam constantes malfeitos desses meninos, que têm como único corretivo as surras na polícia, os maus tratos sucessivos. Parecem pequenos ratos agressivos, sem medo de coisa alguma, de choro fácil e falso, de inteligência ativíssima, soltos de língua, conhecendo todas as misérias do mundo.
JORGE AMADO
(Ferradas, 1912- 2001, Salvador)
Filho de fazendeiro produtor de cacau;
Nasce na zona rural do município de Itabuna,
sul da Bahia, em 1912;
Infância em Ilhéus;
Muda para Salvador, onde realiza os estudos
secundários;
Forma-se advogado pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935 (quarto