Capit Es Da Areia Um Romance De Autoria Do Escritor Brasileiro Jorge Amado
Neste livro Jorge Amado retrata a vida nas ruas de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia, naquela época afetada por uma epidemia de bexiga (varíola); o aparato policial destinava-se à perseguição pura e simples dos menores infratores, encontrando mesmo prazer na tortura, sem qualquer senso de justiça. Diante do ambiente hostil em que vive, o grupo de meninos abandonados reage de forma também agressiva, mas de forma a encontrar nas ruas certa liberdade; tem por refúgio um velho trapiche (espécie de armazém) abandonado, numa das praias da capital baiana - de onde vem o nome do grupo.
Esse trapiche é a única referência de "lar" que possuem; é onde se abrigam se escondem, e vivem como família. Sua descrição ocupa lugar de destaque no início da obra. Ali constroem suas próprias regras, são os senhores e é objeto de investigação pelas autoridades, que desconhecem onde os mesmos se ocultam.
O grupo de menores abandonados que recebe o nome de Capitães da Areia traz em comum a pobreza, a vida insalubre, uma vaga revolta contra o mundo hostil, a liberdade que encontra nas ruas, a lealdade grupal e certa maturidade prematura que, contudo, cede lugar a rasgos de deslumbramento infantil ou à falta de uma mãe.
A distinção dos garotos se dá na forma com que cada um deles lida com essa situação comum: Gato liga-se às prostitutas; Volta - Seca sonha com o cangaço; Sem-Pernas tornam-se sarcástico e cruel; Pirulito busca a religiosidade; Professor busca os livros, planejava as estratégias; Pedro Bala arquiteta planos de roubos. Neles se adivinha o futuro que os espera: o gigolô em Gato, o sacerdote em Pirulito, num fatalismo inevitável - e aqueles a quem Jorge Amado antevê a solução para tais casos de reação à realidade adversa: em professor e Pedro Bala,