Capiitulo 5
‘‘(...) Essa escolha da política econômica, conjugada áquele perfil da política social, teve impactos deletérios na sociedade brasileira, radicalizando e dramatizando as expressões objetivas da questão social. O Radar Social (2005b), documento de monitoramento das condições de vida no Brasil, produzido pelo IPEA, órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, ou seja, uma pesquisa governamental, com dados que vão até 2003, revela este país dual e desigual, a partir de vários indicadores’’. ( p.184)
‘‘(...) O Radar Social indica que os programas focalizados nos indigentes,associados á estabilidade econômica e a alguma recuperação do poder de compra do salário mínimo, vêm tendo um efeito de diminuição da indigência, mas sem alterar a pobreza e a desigualdade.[...] Isso mostra que a estrutura da desigualdade brasileira tem cor e, incluímos, também gênero. Mas, neste último aspecto, é o Relatório da Comissão Externa da Feminização da Pobreza (2004), do Senado Federal, que nos informa acerca das condições alarmantes e desiguais das mulheres brasileiras’.( p.185)
‘‘Segundo esse Relatório, a proporção de mulheres que se concentra nas ocupações precárias (61%) é 13% superior á proporção de homens nessa situação (54%). No caso das mulheres negras, essa proporção é de 71%, e 41% delas se concentram nas ocupações mais precárias e desprotegidas do mercado. [...] Essa desvantagem se agudiza no caso das mulheres jovens negras, que apresentam taxas alarmantes de desemprego, de 25%’’. ( p.185)
‘‘(...) Voltando ao Radar Social, os indicadores de emprego confirmam tendências que apontamos anteriormente. Entre 1995 e 2003, o desemprego cresceu, segundo a metodologia do IBGE, de 6,2% PARA 10%, num processo em que a criação de postos de trabalho não acompanhou a destruição deles no contexto da reestruturação produtiva e da abertura comercial (Behring, 2003).[...] Essa situação da população economicamente ativa é