Capacitação para gestores
Agnaldo Nunes, presidente da Agência de Fomento do Estado de Pernambuco (AGEFEPE)
Entre as muitas definições imagináveis do que é um banco, pode-se dizer se tratar de instituição com papel de captar recursos e disponibilizá-los para terceiros. Ou seja, é instrumento para o dinheiro existente na sociedade “trocar de mãos”, partindo de onde há recursos disponíveis para onde há necessidade de recursos para financiar um ou mais projetos. Sendo assim, antes de falar em “mercado financeiro”, é necessário lembrar-se do conceito de “mercado” (troca de produtos e serviços). Neste caso, o serviço é o crédito.
Todo cidadão faz parte deste mercado, seja poupando, emprestando ou pegando dinheiro emprestado. Grosso modo, instituições financeiras geram margem de ganho (spread) a partir da diferença entre a taxa paga a quem empresta e aquela cobrada a quem toma recursos. Entender conceitos como esse é importante para evitar erros fundamentais de interpretação, como acreditar que bancos emprestam o próprio dinheiro.
Devido aos vários riscos trazidos pela oferta de crédito, instituições bancárias jamais irão expor grandes somas do próprio capital em financiamentos e empréstimos. Até porque são reguladas por inúmeras leis e resoluções provenientes de órgãos nacionais e internacionais. Obedecem regras como a exigência de capital mínimo em relação aos valores e aos riscos das operações de crédito, prevista pelo Acordo de Basileia 2 (consenso entre bancos centrais), que em 2013 será renovada com Basileia 3. Não por acaso, a principal característica do novo acordo é a ampliação das reservas de capital.
Essas regras foram colocadas pelo Banco Central do Brasil em audiência pública, que segue até maio. Para quem está ligado de alguma forma aos bancos, é essencial acompanhar o debate. Se o banco é público, torna-se obrigação, uma vez que temos responsabilidade redobrada junto à sociedade, pois