Canção do Exílio x Pátria Minha
Quando escreveu este poema, Gonçalves Dias encontrava-se em Portugal, a estudos. O poeta estava afastado do Brasil por anos. Em seu poema, ele exalta cegamente sua pátria, principalmente sua natureza – marca registrada. Isso se deveu à necessidade de ter uma identidade cultural própria do Brasil, que era dominado por portugueses e os nativos haviam sido, em sua maioria, “domesticados” e sua cultura tinha sido quase perdida.
Gonçalves Dias ressalta a natureza como a marca cultural brasileira. O sabiá e as palmeiras são símbolos característicos das terras brasileiras: as palmeiras, que simbolizam as origens nacionais e o próprio Brasil; e o sabiá, que se tornou símbolo da nação brasileira.
No poema, é retratada a superioridade da natureza brasileira, em comparação com a de Portugal: sua exuberância exagerada, a saudade que sente da terra natal, os amores e prazeres que são melhores dos que o autor encontrou e experimentou em terras estrangeiras. E durante todo o poema, Gonçalves Dias usa da comparação entre Brasil e Portugal, sempre mostrando que sua terra natal é melhor, como, por exemplo, na 4ª estrofe do poema:
“Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite -
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá”
Ao final do poema, Gonçalves Dias exprime o sofrimento que passa, em seu exílio, e pede a Deus para que ele retorne às suas origens, antes de sua morte.
“Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que ainda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”
“Pátria Minha”
Assim como Gonçalves Dias, Vinícius de Moraes, ao escrever o seu poema, encontrava-se distante do Brasil. Vinícius exercia função diplomática nos EUA, na época.
O poema exalta a figura da pátria como uma criança que lhe foi afastada, separada abruptamente. É uma pátria sem rosto, sem face; é algo