Canto ofeônico
Em uma avaliação do que compões, atualmente, o cenário da educação musical no Brasil, temos que nele se verifica uma tensão entre alternativas metodológico-ideológicas cujo sentido não pode ser desvinculado do processo histórico relativo à evolução das idéias pedagógicas entre nós. Trata-se de um processo no qual a década de 30 se educacionais quem tanto no que respeita a seus métodos quanto aos seus fundamentos ideológicos, marcaram significantemente a evolução da nossa pedagogia musical. O canto Orfeônico de Heitor Villa-Lobos e a Iniciação Musical de Antônio Leal de Sá Pereira e Liddy Mignone constituem, portanto, as sistemáticas que foram formadas e, ao mesmo tempo, que somaram na formação da base sobre a qual puderam vir descansando as muitas e muitas outras iniciativas que hoje colocamos como parte da história do nosso ensino musical.
Dessa forma, o meio principao de educação musical concebido por Villa-Lobos foi o canto orfeônico, movimento dentro do qual atuou como regente e organizador de grandes massas corais e como compositor.No primeiro volume de seu guia de Canto Orfeônico, ele apresentou as seguintes considerações.
Após longos anos de estudo na experimentação da sensibilidade rítmica da mocidade brasileira, quer individual ou coletiva, onde se observa uma relativa facilidade de assimilação intuitiva, embora enfraquecida e duvidosa, quando implantada sob regime de uma marcação rigorosamente metronômica, para definir os tempos regulares de qualquer compasso, cheguei a conclusão da absoluta necessidade de serem ministrados a juventude, exercícios constantes de marchas, cantos, cânticos ou cantigas marciais.
Acrésce, ainda, que as letras sobre melodias ritmadas, não só auxiliam a