cantiga de amigo
Cantiga de amigo é uma composição breve e singela posta na voz de uma mulher apaixonada. Devem o seu nome ao facto de que na maior parte delas aparece a palavra amigo, com o sentido de pretendente. Ainda que todos os poetas medievais fossem homens, utilizavam o ponto de vista feminino nas cantigas de amigo, que têm como tema o erotismo feminino e os conflitos resultantes da ausência do 'amigo'. O tema fundamental é o sofrimento por amor, motivado normalmente pela ausência do 'amigo'. Às vezes apresentam-se formas em que se engana à mãe vigilante, ou se mostra alegria no regresso do amigo. A voz poética é a de uma jovem que relata as suas vivências amorosas, num diálogo com suas amigas, irmãs ou inclusive com a mãe. Os estados de ânimo são diversos e incluem a alegria pela chegada do amigo, a tristeza pela sua ausência ou a ansiedade pelo seu regresso. Os ambientes nos qual decorrem são o campo, o mar ou a casa.
Cantiga de Amigo de D. Dinis
"Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo! ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo! ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi há jurado! ai Deus, e u é?"
Cantiga de amigo de Martim Codax
Ondas do mar de Vigo
Se vires meu namorado!
Por Deus, se virá cedo!
Ondas do mar revolto,
Se vires o meu namorado!
Por Deus, se virá cedo!
Se vires meu namorado,
Aquele por quem eu suspiro!
Por Deus, se virá cedo!
Se vires meu namorado
Por quem tenho grande temor!
Por Deus, se virá cedo!
João Zorro
João Zorro foi um jogral, que exerceu a sua actividade artística em Portugal na corte de D. Afonso III. Deixou sobretudo cantigas de amigo, dez ao todo, e apenas uma cantiga de amor, cantou principalmente temas relacionados com o mar. Pensa-se que duas das suas cantigas tenham sido compostas por