Cangaço

O Cangaço foi um fenômeno que teve origem em questões sociais e fundiárias do Nordeste brasileiro. Muitos dos cangaceiros foram motivados por vingança contra a violência, mas muitos grupos formaram-se sob proteção de poderosas famílias, que devido à grande rivalidade política que existia entre elas, cercavam-se de jagunços com o intuito de se defender, formando assim verdadeiros exércitos. Começaram a se formar, todavia, bandos armados, que fugiram do controle dos coronéis. Muitos bandos de cangaceiros foram também incentivados para enfrentar a Coluna Prestes.

O Cangaço ocorreu no nordeste brasileiro de meados do século XIX até a década de 1940 quando tombou o bando de Corisco, caracterizando-se por ações violentas de grupos ou indivíduos isolados: assaltavam fazendas, sequestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns. Não tinham moradia fixa: viviam perambulando pelo sertão, praticando tais crimes, fugindo e se escondendo pela Caatinga e eventualmente recebiam a proteção de fazendeiros que ficaram conhecidos como coiteiros.

Os cangaceiros conheciam muito bem o território nordestino, e por isso, era tão difícil serem capturados pelas autoridades. Estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso.

O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, "Jesuíno Brilhante", que agiu por volta de 1870. O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o lampião denominado o "Senhor do Sertão" e também "O Rei do Cangaço". Atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro.

Por parte das autoridades Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra.

O cangaço teve o seu fim a partir